O inimaginável por meio das palavras

Deisiely Weiber – Time SempreMais

No dia 25 de julho de 1960 o Ex-ministro da Educação e Cultura Paulo Penido homenageava escritoras e escritores do Brasil no I Festival do Escritor Brasileiro, patrocinado pela União Brasileira de Escritores (UBE).

O dia de hoje então, celebra aqueles que conseguem fazer o inimaginável por meio das palavras, sejam elas escritas, digitadas, cantadas ou traduzidas. Todo escritor tem em si poderes que conseguem divergir em cada pessoa, sendo necessário para cada um da maneira que deve ser.

A SempreMais Comunicação valoriza e reconhece como essa profissão é fundamental para nossas vidas, e por isso, para comemorar a data entrevistamos o escritor, professor e também jornalista Murillo Leal, que falou sobre essa “disciplina” (como ele mesmo refere), de escrever.

Será que existe um momento certo para se tornar escritor? Como podemos ter esta percepção?

Murillo – “É difícil pontuar um momento. Acho que sempre fui. Mas me lembro sempre de um dia em que estava muito triste com uma situação e abri um documento no computador para tentar me explicar melhor o que eu mesmo estava sentindo. Acho que foi ali que a minha história com a escrita começou.

Quando era menino, adorava escrever sobre a minha vida. Isso foi se tornar uma profissão reconhecida depois que me tornei um jornalista. Acho que um segundo momento importante para a minha carreira foi ter contato com histórias de pessoas. Isso sempre me fascinou demais.

Eu costumo dizer que acho que sempre serei escritor, mesmo que um dia, por alguma razão inexata, eu tenha que abandonar a minha vida como escritor e fazer outra coisa para sobreviver. Seja o que eu esteja fazendo, sempre serei um escritor”.

Escrever é, em uma de suas definições populares, narrar histórias e também vivenciá-las para compartilhar com o mundo.

Sobre a importância desta definição, Murillo explica:

“Tudo que existe tem uma história. Acho que quando fazemos o exercício de entender sobre as histórias das coisas começamos a compreender melhor tudo. O escritor tem uma certa imortalidade quando ele registra a história das coisas, é sempre alguém deixando sua marca produtiva no mundo. Ser capaz de viver e documentar história é, em si, o poder de ser uma peça chave pro mundo. Ao mesmo tempo em que isso ajuda a entender a gente mesmo, o outro e o mundo ao nosso redor”.

Quando nos desperta a vontade de escrever, mesmo que não sejamos escritores consagrados e reconhecidos, mas quando decidimos escrever pela primeira vez sobre alguma coisa que sentimos, vivemos ou presenciamos, dificilmente ficamos livres de nossas mais profundas sensações.

Sobre o que sente quando escreve e também como a inspiração está presente durante sua escrita, Murillo descreve:

“Eu escrevo sempre sobre tudo. Não há nenhum tema que o autor precisa acovardar-se. Eu descobri que as pessoas querem exatamente isso. Elas não querem pessoas que se escondam atrás de ideias falsificadas para serem aplaudidas. Bons leitores gostam de autores ousados, que os desafiem, que os tire do lugar, que os provoque nos seus piores dias, que os faça pensar diferente e que os coloque diante de uma nova ação para com a vida. Nesse sentido, acho que o autor tem esse papo fundamental de não se trair, no sentido de não esconder dos leitores suas emoções, seus medos, seus receios e suas humanidades mais internas. Acho que a inspiração pode estar na observação contínua viciada em encontrar coisas interessantes e principalmente na capacidade de se pré-dispor ao desconhecido na busca de algo que ainda não encontrou antes. Inspirar não é esperar cair do céu, é ir para a rua e observar tudo.

Todos nós algum dia tivemos que escrever sobre alguma coisa, seja qual for o tema. Mas, só por isso, somos escritores também? Saber escrever é uma arte?

Murillo continua:

“É uma disciplina. Claro que existe sim algumas pessoas com mais facilidade em ser criativas e tem uma aptidão mais convencional a escrita, mas como eu reforço sempre na Comunidade de Conteúdo, todo mundo pode aprender a escrever porque a comunicação está em todas as esferas da vida humana.

Desde mandar um e-mail para o chefe até escrever uma carta de desculpas porque esqueceu o dia do casamento. Analfabeto não é quem não sabe escrever e ler, é quem sabe, mas não faz da melhor maneira”.

Para entender o que significa ser um escritor e quais habilidades são essenciais para ter e explorar nas escritas, Murillo define:

Ser escritor, Significa dar voz a ideias absurdas. Falar as maiores loucuras, criar as mais diversas situações, experimentar lugares totalmente diferentes e ser sempre alguém diferente a cada enredo. Existem sempre habilidades mais fundamentais como dominar um pouco do idioma, saber driblar a era da competição por atenção, ser capaz de ser humano. Mas costumo dizer que o que faz uma boa história para mim é ser importante para seu leitor sempre. É ele entender que depende de você para ter um pouco de vida fora da vida dele. É ser capaz de tocar as pessoas exatamente onde elas precisam naquele momento, com delicadeza, mas com intensidade”.

Frisamos sempre em nossos artigos e em nossos valores a importância da comunicação. Nós somos comunicação e vivemos ela em todos os momentos de nossas vidas. E é claro que, para um escritor não seria diferente. Por isso, sobre a participação da comunicação na rotina de um escritor, Murillo explica:

São como céu e mar. Não são a mesma coisa, mas se complementam na beleza. Um depende do outro, mas comunicar-se bem não quer dizer ser um escritor. E vice-versa. A rotina do escritor não é apenas escrever, é registrar acontecimentos”.

Conhecemos que diante do momento atual em que estamos lidando, em uma pandemia, exploramos nossos comportamentos de maneira mais intensa. Estamos também conhecendo e aprimorando nossas capacidades.

Esta situação embora tenha seus lados negativos, tem para o escritor Murillo uma oportunidade:

 “Eu tenho trabalhado por anos no regime semiaberto do home-office, mas acredito que crises como essas são um grande divã para todos. Eu criei uma sessão de textos especiais sobre a quarentena no meu site que me ajuda a pensar melhor essa situação toda.

Murillo Leal é um dos maiores influenciadores do Linkedin no Brasil com mais de 390 mil seguidores. Depois de mais de 10 anos criando conteúdos, ele atua na maior rede de negócios do mundo como Top Voice do Linkedin. Como professor, ele é reconhecido como um dos melhores especialistas em Storytelling, e oferece em seu site o curso para este tema.

Livro, artigos e mais curso sobre conteúdo você encontra na página do Murillo Leal, basta acessar os links marcados ao longo da entrevista, ou pelo link: https://www.murilloleal.com.br/

A SempreMais Comunicação deseja um feliz dia aos escritores!