Em mares de águas transparentes

Que estamos em um mercado cada vez mais competitivo, isso todo mundo já sabe. Ser criativo, inovador, diferente, encantador já não é mais um diferencial. É requisito básico para sobreviver em uma rede de opções oferecidas ao consumidor.

A recente polêmica envolvendo marca Hollister nos faz pensar sobre a premissa de transparência, que se solidifica como uma forte estratégia de comunicação. Na tentativa de construir uma imagem de conto de fadas, a marca criou uma história da sua origem que não é real. A versão fictícia, embora mais elaborada que a original, não é verdadeira. E isso conta muitos pontos quando o assunto é reputação. O acontecimento pode não trazer impacto direto nas vendas dos produtos, mas mostra que muitas empresas vão contra a maré quando o assunto é sinceridade. E se isso não incomodar os clientes, incomoda no mínimo, muita gente.

Os mais conservadores ainda têm medo de se expor de forma nua e crua. Os mais ousados, já usam a transparência a seu favor e começam a ganhar a credibilidade dos clientes. Com um nome sugestivo, a Honest By informa com detalhes toda sua cadeia produtiva, desde fornecedores a preços. O mesmo acontece com a brasileira, Apartamento 61, que nasceu da necessidade de encontrar móveis usados com valores justos. Hoje, o site trabalha informando o lucro final dos seus produtos. Já Toms Shoes doa um sapato para países necessitados todas as vezes que você faz uma compra e declara essas ações.

Essas são algumas marcas que provam que falar a verdade ainda é o melhor caminho. Ser ético, respeitoso e transparente é muito mais bonito do que só parecer bonito. Por isso, a nova ordem nada mais tem a ver com a estratégia do oceano azul. A regra agora é navegar em águas bem transparentes. Quem sair dessa rota, corre sérios riscos de afundar.