Participei esta semana da reunião de pais na escola da minha filha e ouvi a diretora falar sobre a preocupação crescente da instituição com o autismo social. Segundo ela, os casos têm aumentado consideravelmente fruto de uma alienação que as crianças têm sentido dentro das próprias casas.
Pais, mães e filhos conectados com seus aparatos tecnológicos, 24 horas ininterruptas, e desconectados da conversa no café da manhã, no almoço e no jantar, da leitura do livro antes de dormir, do passeio de bicicleta no parque no final de semana (sem ouvir ou ler mensagem no whats)…
A reflexão aqui não vem para discutir ou apontar erros e acertos nas formas de convívio familiar. Mas, ao ouvir a explanação da diretora, pensei automaticamente como será a geração fruto do autismo social, com a qual eu terei que conversar como especialista em comunicação interna de uma empresa!
O autista tem como característica inabilidade para interagir socialmente, dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos, padrão de comportamento restritivo e repetitivo. Além disso, autistas têm dificuldade de lidar com mudanças, por menores que elas sejam.
É óbvio que aqui estamos falando de características inerentes aos autistas diagnosticados com a doença nos seus mais diferentes níveis e que não são, necessariamente, parte do quadro de um autista social.
Mas a dificuldade de interação social e de lidar com as mudanças, requisitos mais que necessários num processo de comunicação, estão presentes neste quadro de autismo social.
O limite que os pais antes tinham que impor aos filhos é preciso agora ser trabalhado também por eles.
… Há tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e de dançar….
É preciso saber trabalhar nossos tempos, mesmo os diários. É preciso estar mais presente na vida de nossas crianças e trazê-las ao convívio social face to face 😉
O futuro agradece!